"E, levando
ele às costas a sua cruz, saiu para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se
chama Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e
Jesus no meio." (João 19:17-18). O povo que seguia
Jesus era numeroso e as mulheres se batiam no peito. O Senhor voltando-se a
elas disse: Filhas de Jerusalém, não chorem por mim, chorai por vós e vossos
filhos. "Porque, se ao madeiro verde fazem isto,
que se fará ao seco?" (Lucas 23:31). Isto é: se os
soldados romanos me tratam com tamanha crueldade a mim que sou uma árvore verde
e a própria fonte da vida, o que farão depois à nação que é como árvore morta e
seca nos seus pecados?
"E também
conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos. E,
quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos
malfeitores, um à direita e outro à esquerda."
(Lucas 23:32-33). Os dois malfeitores eram ladrões, pecadores da pior espécie.
Se não fossem tão vis, não teriam sido condenados à crucificação para morrerem.
O mais repulsivo na crucificação era a maneira cruel e prolongada com que se
aplicava a pena de morte. O suplicio era terrível. O ardor das feridas nas mãos
e nos pés por causa dos cravos, o horror da posição do corpo na cruz e além de
tudo, a sede era insuportável, e aumentava a cada momento até que a vítima
morresse em um ou dois dias, ou mais. Ainda o criminoso crucificado tinha que sofrer
tudo levantado perante a contemplação pública. Era a forma de castigo mais
vergonhosa e atroz jamais inventada. "E o povo estava
olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou,
salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus." (Lucas 23:35).
"E um dos
malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo,
salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o,
dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade,
com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum
mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu
reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso." (Lucas 23: 39-43) o ladrão salvo na
cruz é um exemplo dos mais notáveis de conversão repentina. Quando somos tentados
a pensar que são necessários toda uma vida, ou um ano, ou um mês, ou mesmo dias
para que um pecador se converta em um santo, convém a nós meditarmos no caso
desse ladrão que foi salvo pouco tempo antes de morrer crucificado. Ele era um
malfeitor vil, mas Cristo o salvou e naquele mesmo dia, o levou ao Paraíso.
Os dois ladrões, em princípio, zombavam
de Jesus, e blasfemavam dele. Esse ladrão que foi salvo insultava Jesus, o
inocente, pendurado na cruz, abandonado por todos e escarnecido pela multidão
que lhe lançava ao rosto impropérios, mas repentinamente o malfeitor, um dos
mais empedernidos de coração, mostrou-se convicto de seus pecados. Viu amor em Jesus
pelos seus perseguidores e que orava por eles. A oração de Jesus, por esse ladrão,
fez aquilo que os açoites das autoridades não conseguiram. Ele foi salvo.
"Senhor, lembra-te de mim quando entrares em Teu Reino". Não existem
muitas possibilidades de salvação de um pecador antes que caia sobre ele o
temor do Senhor. As mãos e os pés do ladrão estavam pregados na cruz, mas não seus
olhos, nem sua língua. Com os olhos contemplou o Filho de Deus. Com sua língua
clamou pedindo perdão. Alguns aceitam Jesus e vivem, outros o rejeitam para sua
própria condenação. Jesus não foi morto diretamente por alguém, tampouco foi
vencido por processos naturais. Ele mesmo entregou seu Espírito. Ele abriu um
novo caminho.
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