"Ajuntando-se entretanto
muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou
a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos
fariseus, que é a hipocrisia." (Lucas 12:1). Jesus,
como mestre, tinha muitas coisas a ensinar às pessoas. Onde quer que Ele se
encontrasse, as multidões sempre procuravam se acomodar nas proximidades para
ouvir Seus ensinamentos porque ensinava com poder e autoridade a Palavra de
Deus. Todos queriam ouvi-lo e prestavam atenção às Suas palavras. Ele conhecia muito
bem os fariseus e estes, por sua vez, o odiavam e rejeitavam.
Ao ser convidado a comer na casa de
um deles, logo chegando, tomou seu lugar a mesa, sem lavar-se antes. O fariseu
admirou-se por isso, mas Jesus lhe disse: "vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato; mas o vosso
interior está cheio de rapina e maldade." O mestre os chamou de
insensatos, os escribas também o rejeitavam e passaram a argui-lo com veemência,
procurando confundi-lo a respeito de vários assuntos com intuito de tirar de
suas próprias palavras, motivos para o acusarem, porem Jesus tinha uma vida
absolutamente correta.
Jesus ensinava os discípulos sobre o fermento
deles, que é a hipocrisia, que uma vez introduzida em nosso ser, é como o
fermento adicionado à massa, a faz inchar e levedar-se. Se nosso caráter for
levedado pela hipocrisia, se inchará com o orgulho e se tornará amargo de malícia.
Os fariseus, como classe, eram hipócritas. Em nossos dias ainda existem fariseus,
louvam a Deus com seus lábios, mas seus corações estão
muito longe dele. "Hipócritas, bem
profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: este povo se aproxima de mim com a
sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas,
em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens." (Mateus 15:7-9) Eles não adoram a Deus em espírito e em
verdade, os quais Deus procura para adorá-lo. Esses fariseus dão esmolas, oram
em voz alta e mais alta do que os outros, jejuam e cantam, mas somente para
exibirem-se aos outros. Deus conhece os corações e certamente é o coração do
homem que importa a Ele.
Os fariseus são comparados a tumbas
caiadas, porque dentro há corrupção, falsidade, amor ao dinheiro, amor fingido
e tentam justificarem-se a si mesmos diante dos outros. O mestre ensina-nos a não
sermos hipócritas e ególatras. Ele nos ensina a sermos cautelosos com esse
fermento fariseu e a rejeitarmos a hipocrisia. Temos um exemplo: "Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o
outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó
Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos
e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou
os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe,
nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus,
tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e
qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado."
(Lucas 18:10-14).
O fariseu cria que Deus age com base
em méritos humanos e seria, por isso, aprovado por Ele em seus procedimentos e
boas obras em número suficiente. O publicano sabia que Deus opera através da
misericórdia e graça e que somente Ele é digno de receber nossa fé e não as
obras.
Uma das razões porque não nos convém
sermos hipócritas é que certamente tudo que for encoberto será revelado. A questão
é se a qualidade de cristianismo que aceitamos e praticamos é tal que possamos
exibi-lo ao mundo sem nos envergonharmos. Cristo nos previne da insídia da
hipocrisia do formalismo e a necessidade de sermos vigilantes contra ela.
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